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Mostrando postagens de outubro, 2011

Quem dera!

Quem dera! Que eu fosse para você O começo de uma nova era A  paixão  de sua vida O  amor  que tanto espera Que sorrisse para mim Como o lírio na primavera Que usasse o poder Do olhar que me encarcera Que sentisse o calor Que meu  coração  gera Que ouvisse minha respiração Que, perto de você, acelera Meu medo é que, tão bela Me veja como fera Me ignore para sempre Como o cético a quimera Se assim acontecer Minha alma se incinera Talvez denote loucura Mas é  verdade  sincera Quem quer realizar os sonhos Primeiro acredita e espera Quando alcança o amor A vida se tempera E a luz da paixão Nos olhos reverbera

Ausência

No silêncio da noite... pela vidraça do  quarto... vejo sempre a mesma estrela brilhando  no espaço!   Será que ela me  vê chorando... será que pensa ser de dor o meu pranto... ou até entende que  é de saudade... as lágrimas que derramo? Saudade é dor da ausência... da ausência física... da ausência química que nos envolve e alucina!   Ausência do calor dos nossos corpos se enlaçando... ausência do  olhar que pede... e...promete... só olhando!   Ausência da  esperança... da ternura... do riso... da alegria!   Ausência da paz... que nos faz de  bem com a vida... com o mundo... com o amor!   Ausência de palavras  jogadas fora... ou lembradas  para sempre!   Saudade é dor  de ausência... que só  acalma e passa... com o poder da tua presença!

Ouvindo o silêncio

  Se o silêncio fosse dádiva As pedras seriam filósofos O mar que eloquente seria Os rios no alarido das corredeiras Gritariam ao mundo seu rumo   Se o silêncio tivesse significado Num momento seria abstrato Noutro ainda elíptico Um tom de dor Talvez apenas um murmúrio de paz   Ah! se o silêncio tivesse cor Seria azul nos momentos calmos Verde quando a esperança surgisse Branco quando de sua ausência   Se o silêncio tivesse odor Um cheiro de mato na noite fria Essência de rosas no seu dormir Um que de jasmim na despedida   Mas o silêncio é muito mais É espera no tempo O não intervir do momento Imaginar a saudade Falar sem dizer Ouvir o que não foi dito E calar Quando nada mais Há para se dizer   ~ Almir/Capthor ~

CONFIE SEMPRE

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. Chico Xavier

Inocência

Eu me recordo da travessia Naqueles puros e ingênuos dias Do torrente chão sem gramado Entre marmeleiros por onde eu corria E quase que feito animal Na pedra do sino eu me fiz Dono dos tabuleiros Entre companheiros de folguedos infantis É felizmente que me recordo Das travessuras na capoeira Meu peito sangrava inocência Como as águas corrente da velha cachoeira (Carvalho. Aldo )

Solidão

Oh! porque abateu-se a minh'alma E de tanta tristeza sangra? Cingiu-se toda a alegria Calou-me somente num dia?  Não, há ainda a esperança No renovo de outra aurora Dos dias felizes vividos E como cortinas de fumaça Serão por entre os meus dedos esvaídos Eis que  já cai a noite fria Num silêncio cândido e profundo Lá fora ouço alguns zumbidos De insetos que finalmente rompem A  solidão do meu eu tão sofrido (carvalho, aldo)

LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua  Fases de andar escondida,  fases de vir para a rua...  Perdição da minha vida!  Perdição da vida minha!  Tenho fases de ser tua,  tenho outras de ser sozinha.  Fases que vão e vêm,  no secreto calendário  que um astrólogo arbitrário  inventou para meu uso.  E roda a melancolia  seu interminável fuso!  Não me encontro com ninguém  (tenho fases como a lua...)  No dia de alguém ser meu  não é dia de eu ser sua...  E, quando chega esse dia,  o outro desapareceu... Cecília Meireles

Longe de ti

Longe de ti, se escuto, porventura, Teu nome, que uma boca indiferente Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me o pranto aos olhos, de repente... Tal aquele, que, mísero, a tortura Sofre de amargo exílio, e tristemente A linguagem natal, maviosa e pura, Ouve falada por estranha gente... Porque teu nome é para mim o nome De uma pátria distante e idolatrada, Cuja saudade ardente me consome: E ouvi-lo é ver a eterna primavera E a eterna luz da terra abençoada, Onde, entre flores, teu amor me espera. (Olavo Bilac)

Indiferente

A quem sou ou suponho que mal sou, Fito a gente Que me rodeia e sempre rodeou, Com um olhar Que, sem o poder ver, Sei que é sem ar De olhar a valer. E só me não cansa O que a brisa me traz De súbita mudança No que nada me faz. Fernando Pessoa

O outro eu

"É fácil trocar as palavras, Difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado, Difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto, Difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos, Difícil é reter o calor! É fácil sentir o amor, Difícil é conter sua torrente! Como é por dentro outra pessoa? Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição De qualquer semelhança no fundo." Fernando Pessoa

Soneto da separação

  De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama.   De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente.   Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. (Vinícius de Moraes)

Amor e paixão

Não existe amor à primeira vista O que há é repentina paixão Olhos nos olhos e eis a mulher Revelada no ritmo do coração Esse abcesso em nossa mente Sobrepõe à lucidez e a razão Provoca  o arrebatamento da alma Desequilíbrio da nossa emoção O amor, em oposição, não se deixa Dominar-se pela obscessão Pressupõe o desejo  de alguém A outrem sem interesse ou concessão Sendo o amor cumplicidade Apaixone-se todos os dias do mês Você pode se apaixonar por toda a sua vida Amar, bem... amar somente uma vez ( Di Carvalho )

MOMENTOS DA VIDA

A vida pode decidir-se em momentos, não deixando margem a lamentos... Há que saber descobri-los, e simplesmente, defini-los. Não se pode perder tempo por indecisões... É só saber viver a vida, enquanto ela pode ser vivida... ___________________-   La vida pude decidirse en momentos, y no deja possibilidad parea lamentaciones... Hay que saber descobrirlos, y simplemente definirlos... No se puede perder tiempo con indecisiones... Basta saber vivir la vida, cuando ella puede ser vivida...       Marcial Salaverry

Fracasso e sucesso

A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. Vinícius de Moraes

A QUE ESTÁ SEMPRE ALEGRE

  Teu ar, teu gesto, tua fronte São belos qual bela paisagem; O riso brinca em tua imagem Qual vento fresco no horizonte. A mágoa que te roça os passos Sucumbe à tua mocidade, À tua flama, à claridade Dos teus ombros e dos teus braços. As fulgurantes, vivas cores De tua vestes indiscretas Lançam no espírito dos poetas A imagem de um balé de flores. Tais vestes loucas são o emblema De teu espírito travesso; Ó louca por quem enlouqueço, Te odeio e te amo, eis meu dilema! Certa vez, num belo jardim, Ao arrastar minha atonia, Senti, como cruel ironia, O sol erguer-se contra mim; E humilhado pela beleza Da primavera ébria de cor, Ali castiguei numa flor A insolência da Natureza. Assim eu quisera uma noite, Quando a hora da volúpia soa, Às frondes de tua pessoa Subir, tendo à mão um açoite, Punir-te a carne embevecida, Magoar o teu peito perdoado E abrir em teu flanco assustado Uma larga e funda ferida, E, como êxtase supremo, Por entre esses láb

Amor e Desejo

  Ouça-me querida, esta luz brilhante Que seus olhos tão docemente irradia Ilumina também o teu corpo delirante Provocando-me na noite fria. Eu quero que o lindo céu estrelado Seja cúmplice do nosso amor Quero seu corpo quente e suado Queimando-se com o desejo avassalador. Com você quero esquecer o momento E me perder em desejos quase inocentes Porque teu sorriso é poesia e acalento Mas teu corpo é chama ardente Que se perderá no louco movimento De dois corpos que se amam loucamente . yuri Rodrigues Braz

Borboletas azuis

BORBOLETAS AZUIS Borboletas azuis no feitiço do olhar, outras mil cores surgindo no ar. Imaginação colorida, são sonhos de vida querendo se renovar. Flores perfumadas formando jardins. Almas apaixonadas prometidas no sim. São juras de amor, é um favor sem pedir recompensas. São laços de ternura flutuando nas alturas, onde o chão não faz presença. É tudo magia, uma fantasia cheia de esperanças. São mesclas de espiritualidade, espalhadas sutilmente na nossa realidade. São nossos pensamentos girando em movimentos, sintonizados no carinho e na bondade. São nossos caminhos, abrindo novos caminhos, chamando por nós cheios de alegria e felicidade . . . homenino poeta

O poder da fé

                                                                                   A fé é a certeza daquilo que esperamos A prova das coisas que não vemos   Pela fé os antigos receberam bons testemunhos Hoje, por ela, até montanhas movemos. Pela fé cremos que o universo, pela palavra de Deus foi formado  Pela fé Enoque não experimentou a morte Quando por Deus foi arrebatado Pela fé Abraão dirigiu-se a uma terra estranha  Que Deus o deu como herança Pela fé Noé quando avisado das coisas que não via Construiu uma arca para a sua família e nela, animais lança. Pela fé Isaque abençoou Isaú e Jacó Pela fé Moisés, não temendo a ira do rei Com seu povo do Egito saíram Pela fé o povo atravessou o mar vermelho como em terra seca Pela fé depois de serem sitiados por sete dias Os muros de Jericó caíram. Pela fé cremos que Cristo é o filho de Deus Pela fé entendemos que Cristo dentre os mortos ressuscitou E a destra de Deus pai está Pela fé cremos que a igreja é a noiva de Cristo E iremos

MULHER

Mulher tem o sexto sentido: intuição Murmura em prosa e verso como se fosse canção Se a gente está perto dela, reclama Se se ausenta: diz que não lhe damos atenção. Mas a mulher na sua inteligência Sensível, frágil, finge ser forte Às vezes, na sua aparente calma se esconde E deixa o homem pensar que ele é o seu norte. Mulher é um ser exótico, todo mês sangra Deixa o homem em abstinência por uma semana E ainda pede fidelidade casta Se desinteressada, fingida dor de cabeça lhe emana. Ossos dos nossos ossos, carne de nossa carne A mulher alimenta o homem materialmente Sono transformante e reparador Bússola que direciona a gente. Mulher gosta de ouvir o que lhe convém Aventura, cartão de crédito, muita festa Adora compartilhar segredos entre elas E sonha com um príncipe encantado em sua sesta. Mulher, a tua puberdade afronta o mundo A tua sensualidade sedutora insinua Um painel de paisagem descortinado A mais bela obra de arte: uma mulher nua. Mulher, alma

O divórcio

Envolto em meio à crise do casamento Desenha-se um espectro de indiferença Cedente da nossa oculta transparência Vislumbres que transcendem o descontentamento. Amizade, desejo: opostos proibidos Fuga, escória de um impasse tácito A cumplicidade no amor parece um mito Quando propele problemas nunca resolvidos. A transfiguração do inexorável ego Pérfido, infere uníssono desrespeito Mascaram manifestos de um elo desfeito Tornam o mais evônimo rito, sôfrego. A prole rouba o primor dessa harmonia Problemas conjugais se fazem domésticos Assuntos licenciosos, então, ascéticos Interrompem, enfim, o que eterno seria. Di Carvalho

Outro lado de mim

Como é por dentro outra pessoa Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição de qualquer semelhança No fundo. Fernando Pessoa

Traze-me

Traze-me um pouco das sombras serenas que as nuvens transportam por cima do dia! Um pouco de sombra, apenas, - vê que nem te peço alegria. Traze-me um pouco da alvura dos luares  que a noite sustenta no teu coração! A alvura, apenas, dos ares: - vê que nem te peço ilusão. Traze-me um pouco da tua lembrança, aroma perdido, saudade da flor! -Vê que nem te digo - esperança! -Vê que nem sequer sonho - amor! Cecília Meireles