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Mostrando postagens de julho, 2012

Amor na madrugada

Nas sombras da madrugada aveludada, A lua ilumina firmamento dos  namorados ! Esparge-se na atmosfera calma, perfumada A profundeza de bel-prazeres  apaixonados ! Canta ela, maviosa voz, sons  emocionados , Composição do  amor  na sedutora alvorada. Nas sombras da madrugada aveludada, A lua ilumina firmamento dos namorados! Penumbra encobre, de dois seres,  paixão  alada Nas asas do vento, depois da posse, saturados Repousam, abraçados, na saciedade desejada. Vôos fremidos,anseios acesos e recomeçados, Nas sombras da madrugada aveludada... (Rondel) Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Coisas

Olá, senti uma enorme saudade  de você; Tive a tentação de pegar o telefone E ligar  e dizer-te algumas coisas; Algumas coisas entaladas na garganta. Gostaria de pedir perdão pelas minhas faltas; Gostaria de sair com você como dois amigos Que há muito não se viam, colocar os papos em dia; Dizer que as coisas não eram para ser como foram; Gostaria de te mostrar meu lado frágil, Pra você ver que tudo que aconteceu Foi mais por medo, foi instintivo... Deveria te ligar e te falar estas coisas; Lavar a minha alma, talvez a sua também; Deveria, mas não tenho coragem. Eduardo baqueiro Leia A visão da época: http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Perfídia

Sofre A tua dor resignadamente Sofre Como eu sofri por ti também Sofre Que a dor vai ensinando a gente Amar e um dia querer bem Amei como ninguém te amou, querida De ti o menor gesto adorei Esquecido da própria vida Perfídia mangaste em troca Eu não esqueci Das rosas, das orquídeas, das violetas Que eu dava a ti Destraída no ambiente luxuoso em que sempre vivia Tu deixaste que murchassem minhas flores Meu buquê de fantasia E agora que adoras a quem te magoa Perdoa pelo bem que eu te quis Perdoa e serás feliz Feliz. Leia A visão da época: http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/  

Amigo

Você meu amigo de fé meu irmão camarada,  amigo de tantos caminhos de tantas jornadas Cabeça de homem mas o coração de menino,  aquele que está do meu lado em qualquer caminhada. Me lembro de todas as lutas meu bom companheiro,  você tantas vezes provou que é um grande guerreiro O seu coração é uma casa de portas abertas,  amigo você é o mais certo das horas incertas. As vezes em certos momentos difíceis da vida,  em que precisamos de alguém para ajudar na saída A sua palavra de força de fé e de carinho,  me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho. Você meu amigo de fé meu irmão camarada,  sorriso e abraço festivo da minha chegada Você que me diz as verdades com frases abertas,  amigo você é o mais certo das horas incertas. Não preciso nem dizer,  tudo isso que eu lhe digo,  mas é muito bom saber, que você é meu amigo. Não preciso nem dizer,  tudo isso que eu lhe digo,  mas é muito bom saber que eu tenho um grande amigo. Roberto Carlos Leia A visão da época:  h

Rota de colisão

De quem é esta pele que cobre a minha mão como uma luva? Que vento é este que sopra sem soprar encrespando a sensível superfície? Por fora a alheia casca dentro a polpa e a distância entre as duas que me atropela. Pensei entrar na velhice por inteiro como um barco ou um cavalo. Mas me surpreendo jovem velha e madura ao mesmo tempo. E ainda aprendo a viver enquanto avanço na rota em cujo fim a vida colide com a morte.  Marina colasanti Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

As nossas ânsias

Para as estrelas vão as nossas ânsias; todas as ânsias que na Dor sentimos... São aves que se perdem nas distâncias; e, nas asas dos sonhos, as seguiram. E lá, mais delicadas que fragrâncias dos liriais que no caminho vimos, todas elas, vestidas de flamâncias, são as árias da luz, que no ar ouvimos. Mas as ânsias que vão, serenamente, para as estrelas, e por lá, na albente doçura casta das estrelas ficam. São, com certeza, aquelas que, no mundo, neste sinistro báratro profudo, nos cadinhos do amor se purificam. Araújo Figueiredo Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Ilusão desfeita

"Oh! acredita, nunca olhar de virgem Coou-me n'alma tanto ardor assim; Nunca amor me sorriu com tanta graça Em lábios de carmim! "Tu és o anjo sonhado que minha alma Aos céus pedia; - a flor que em meus caminhos Encontrei a sorrir pura e fragrante Do mundo entre os espinhos. "Pio romeiro, irei aos pés depor-te Oferenda singela, porém fida; A ti a lira e o coração do bardo!... A ti a minha vida. "Cantar-te as graças, e mandar teu nome Unido ao meu aos séculos vindouros, Seria para mim melhor que um trono, Melhor que mil tesouros. "Porém passar meus dias a teu lado, Ouvir-te as falas, contemplar-te o riso, Gozar teus mimos, fôra para esta alma Melhor que o paraíso!" ------------------------ Assim dizia-te eu naquele dia, - O mais doce talvez da minha vida, Em que na meiga luz desses teus olhos Minha alma vi perdida. Foi um sonho fugaz; - breve delírio. De novo tenho o coração v

Frutos e flores

Meu amado me diz que sou como maçã cortada ao meio. As sementes eu tenho é bem verdade. E a simetria das curvas. Tive um certo rubor na pele lisa que não sei se ainda tenho. Mas se em abril floresce a macieira eu maçã feita e pra lá de madura ainda me desdobro em brancas flores cada vez que sua faca me traspassa. Marina Colasanti Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

A casa da infância

A casa onde morei na infância era imensa e cheia de mistérios. Os tios visitavam minha sala com freqüência e com alarde. Morava conosco um tio-avô por parte de pai, que fumava muito, tossia muito e lia todos os meus gibis de heróis. As primas eram bonitas e muito grandes, e só olhavam para meu irmão mais velho, que era baixinho e esturricado. Meu quarto era nos fundos e tinha uma janela que dava para o quintal da casa. Um dia todos foram à praia e eu fiquei sozinho: imenso e cheio de mistérios. Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Ainda há tempo

Ainda há tempo para fazer O que você sempre quis ter feito Visitar aquele lindo lugar Vestir-se do seu jeito Namorar à luz do luar Tomar um banho de chuva Andar pela orla ou aprender a nadar Ainda há tempo para ajudar Doe àquele que vive a ermo Um instante, um sorriso, uma palavra Lembre da criança, do idoso, do enfermo Para você , deixe a noite passar Ouvindo as ondas quebrando E sentindo a brisa do mar Ainda há tempo para cedo acordar Só para ver o sol a nascer Tomar, sem pressa, um farto café Com o que quiser comer Ser você mesmo Dizer “eu te amo” Sorrir e gritar a esmo Ainda há tempo para perdoar Esquecer as diferenças Rever os velhos amigos Entender as suas crenças Beijar com emoção Dançar uma boa música Cantar a sua canção Ainda há tempo se você quiser Vá agora, siga em frente Peça perdão, sorria e beije Viva o hoje, que é teu presente Determine-se a ser feliz Você ainda tem tempo De

O mar

Hoje fui te encontrar, estava radiante Te avistei imponente, ainda distante O dia estava encantador, deslumbrante Já bem próxima de ti, estava fascinante! Na linha do horizonte tuas águas esverdeadas Tocava no céu de cor bem azulada Uma linda visão era a mim proporcionada E as ondas, num vai e vem, me encantava Quando estás calmo e sereno Oh mar que és cheio de encantos Consegues que eu esqueça todos meus prantos Caminhar na areia é delicioso Sentindo a brisa no rosto Me faz feliz e esqueço os desgostos! Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Uma Brisa de Sonhos Felizes

Uma Brisa de sonhos Felizes Tal brisa leve da manhã, vaporosa Que a tudo transforma em calmaria Refrescante, ali imersa no jardim da rosa Assim fui eu na minha viagem de magia Palavra- vento vinha e com prazer sorria Naquela manhã suave, onde a poesia formosa Tecia teias de prazer, sonho e imens’ alegria Conjugando o verso da ilusão temporosa Turbilhões de amor, gotas de leveza pura ... Fadas coloridas povoavam sonos na madrugada... Tentei segurar a onda doce de ternura... Deixei-a ir, rapidamente, à pessoa mui amada Lágrimas de felicidade caíram dos meus olhos A brisa fresca transportou-me ao amor Os versos livres que compus em sonhos Foram presentes do tempo,mestre e senhor Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

O reencontro

Onde você está Não consigo dormir nem sonhar Só consigo te imaginar O tempo passa devagar Sem te ver, te olhar Só consigo pensar como será Quando você chegar O meu coração há de se aventurar No seu amor que é um imenso mar E o meu amor por você Nunca irá cessar Meu sofrimento vai acabar E quando o sol clarear é com você que eu quero estar Nem o céu, nem as estrelas Nem o mar, irá nos separar E ao meu ultimo suspirar Você vai estar Para me salva E eternamente irei te amar. http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/ Leia A visão da época:

Magnetismo

Tinha ainda meus quinze anos...  foi a primeira vez que a vi! Não era seu rosto angelical que me atraía.    Tinha um magnetismo que me ligava a ela como um ímã ao prego. Quando a conheci minhas mãos tremiam e senti um frio na espinha. Ela me perguntou se não estava passando  bem,  eu respondi que não. Disse estar sofrendo de um mal desconhecido até então. Ela, inocentemente, perguntou que mal  poderia ser este? Olhei para os olhos daquela menina e pela primeira vez na vida disse: creio ser mal de amor, meu coração não está acostumado a ele, razão pela qual me encontro assim meio desajustado. Ela ainda naturalmente me perguntou que coração podia causar um mal de tamanha natureza? Com um nó na garganta respondi: você! e vi aquele rosto branco corar e os olhos daquela menina me fixaram de uma forma tal que jamais esquecerei. Era o primeiro amor que chegava, assim meio tímido, inocente, mas avassalador. Ela ainda não desfeita do s

Não quero ver você triste assim

O que é que você tem, conta pra mim  Não quero ver você triste assim Não fique triste o mundo é bom A felicidade até existe Enxugue a lágrima, pare de chorar Você vai ver, tudo vai passar Você vai sorrir outra vez Que mal alguém lhe fez, conta pra mim  Não quero ver você triste assim Olha, vamos sair Hum... pra que saber aonde ir  Eu só quero ver você sorrir Enxugue a lágrima, não chore nunca mais E olha que céu azul, azul até demais Esqueça o mal, pense só no bem Que assim a felicidade um dia vem Agora uma canção, canta pra mm Não quero ver você triste assim  Olha, vamos sair Hum... pra que saber onde ir  Eu só quero ver você sorrir Enxugue a lágrima, não chore nunca mais E olha que céu azul, azul até demais Esqueça o mal pense só no bem Que assim a felicidade um dia vem Uma canção, canta pra mim Não quero ver você tão triste assim  Roberto Carlos Leia A visão da época: http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/  

Não te vás

Não estejas longe de mim um só dia, porque como, porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia, e te estarei esperando como nas estações quando em alguma parte dormitaram os trens. Não te vás por uma hora porque então nessa hora se juntam as gotas do desvelo e talvez toda a fumaça que anda buscando casa venha matar ainda meu coração perdido Ai que não se quebrante tua silhueta na areia, ai que não voem tuas pálpebras na ausência: não te vás por um minuto, bem-amada, porque nesse minuto terás ido tão longe que eu cruzarei toda a terra perguntando se voltarás ou se me deixarás morrendo Pablo neruda Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Um beija-flor

um beija-flor pousou na minha poesia com sutileza como um anjo iluminado, seu olhar divino me deixou impressionado - doce metáfora de um verso à luz do dia... o beija-flor ficou me olhando ali parado, simples paisagem da mais pura fantasia, seu olhar de flor brilhou com força e alegria - jardim suspenso, no meu verso eternizado... um beija-flor pousou seus pés de sutileza na minha alma de poeta embrionário, um filme lírico de amor e de beleza, tela compondo, como um conto, o meu cenário... Piligra Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Senda

Sou como o invisível céu que não vos inspira cuidados, pois retorno depois das névoas sobre os campos abandonados; sou finito e celebro o fogo infindável do grande jogo a nos enlaçar a garganta; creio no vórtice da voz sacrossanta que a tudo encanta; trago os haveres desse mundo; sou terra, sou campo fecundo. Gustavo felicíssimo Leia A visão da época    http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Ode ao silêncio

Vesti o silêncio com teu rosto.   Na passagem das horas, fiquei menos só; fiquei mais triste.   Somente ao construir a tua ausência é que pude entender de que consiste.   Não me importa o que tu és ou não és, mas o que tanto foste e que persiste, ornamentado o silencio.   As palavras te recriam do fundo irretocável do passado como uma silhueta móvel. Ildásio Tavares Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Restos

Há um resto de noite pela rua Que se dissolve em bruma e madrugada. Há um resto de tédio inevitável Que se evola na tênue antemanhã. Há um resto de sonho em cada passo Que antes de ser se foi, já não existe. Há um resto de ontem nas calçadas Que foi dia de festa e fantasia. Há um resto de mim em toda a parte Que nunca pude ser inteiramente. Ildásio  tavares Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Minh'alma é triste

Minh'alma é triste como a rola aflita Que o bosque acorda desde o alvor da aurora, E em doce arrulo que o soluço imita O morto esposo gemedora chora. E, como a rôla que perdeu o esposo, Minh'alma chora as ilusões perdidas, E no seu livro de fanado gozo Relê as folhas que já foram lidas. E como notas de chorosa endeixa Seu pobre canto com a dor desmaia, E seus gemidos são iguais à queixa Que a vaga solta quando beija a praia. Como a criança que banhada em prantos Procura o brinco que levou-lhe o rio, Minha'alma quer ressuscitar nos cantos Um só dos lírios que murchou o estio. Dizem que há, gozos nas mundanas galas, Mas eu não sei em que o prazer consiste. — Ou só no campo, ou no rumor das salas, Não sei porque — mas a minh'alma é triste! Casimiro de Abreu Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Amor e medo

Quando eu te vejo e me desvio cauto Da luz de fogo que te cerca, ó bela, Contigo dizes, suspirando amores: — "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"  Como te enganas! meu amor, é chama Que se alimenta no voraz segredo, E se te fujo é que te adoro louco... És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...  Tenho medo de mim, de ti, de tudo, Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes. Das folhas secas, do chorar das fontes, Das horas longas a correr velozes.  O véu da noite me atormenta em dores A luz da aurora me enternece os seios, E ao vento fresco do cair cias tardes, Eu me estremece de cruéis receios.  É que esse vento que na várzea — ao longe, Do colmo o fumo caprichoso ondeia, Soprando um dia tornaria incêndio A chama viva que teu riso ateia!  Ai! se abrasado crepitasse o cedro, Cedendo ao raio que a tormenta envia: Diz: — que seria da plantinha humilde, Que à sombra dela tão feliz crescia?  A labareda que se enrosca ao tronco Torrara a planta qual queimara o galho E a pobre nunc

Como um Rancho à beira da estrada

Eu tenho sido para muito amigo, Qual velho rancho, à beira de uma estrada, Onde busca o viandante, à noite, abrigo, E de onde parte pela madrugada. Parte. O sol o protege. A caminhada É suave. Nem mais sombra de perigo. Canta, e nem olha para trás. E nada Leva das horas, que passou comigo. Mas que há de se levar de um pouso aberto? Ei-lo que se escancara no deserto: Entra-se; faz-se fogo; arma-se o ninho; E lá se deixa, quando a noite passa, Um bocado de cinza e de fumaça, Dentro do rancho à beira do caminho. Amadeu Amaral Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Voz íntima

Fecha-te, sofredor, na alva túnica ondeante Dos sonhos!  E caminha, e prossegue, embebido, Muito embora, na dor de um fiei celebrante De um estranho ritual desdenhado e esquecido! Deixa ressoar em torno o bárbaro alarido, Deixa que voe o pó da terra em torno... Adiante! Vai tu só, calmo e bom, calmo e triste, envolvido Nessa túnica ideal de sonhos, alvejante. Sê, nesta escuridão do mundo, o paradigma De um desolado espectro, uma sombra, um enigma, Perpassando sem ruído a caminho do Além. E só deixes na terra uma reminiscência: A de alguém que assistiu à luta da existência, Triste e só, sem fazer nenhum mal a ninguém. Amadeu Amaral Leia A visão da época:   http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/                   

Crepúsculo sertanejo

Cai a noite. Um rubor fulge atrás da colina, cuja sombra se alonga a pouco e pouco, enorme. A velha árvore, além, verde nuvem, se inclina para o chão, balançando o vulto desconforme. É uma nota profunda a vibrar na surdina das cores e da luz, no amplo vale que dorme. No silêncio feral, que é uma vaga neblina de sons, passa-lhe a voz como um borrão informe. Sob a copa uma forma em cinza se desmancha. Um boi cansado busca a figueira cansada; muge, e deita-se, em paz, numa violácea alfombra. Muge. A fronde e o animal fazem uma só mancha; o mugido e o rumor da fronde, a mesma zoada. Manchas de som... Zoadas de cor... Silêncio. Sombra. Amadeu Amaral Leia A visão da época:   http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/

Tempo

Vê-se a noite. Os relógios calam. Um pêssego apodreceu no aparador. O tempo põe manhãs nos dias, flores em cada primavera, o que se vê é a morte. E flores roxas como gritos, insônias e febres. A criança constrói de espanto balbucio e olhar, constrói de leite pétalas internas. Os relógios calam. A vida nos vive, garganta aberta. E a luz que pousa sobre a lua vai perseguida por um véu de sombra — caçada. O tempo põe manhãs nos dias, flores em cada primavera. Um pêssego apodreceu no aparador. O que se vê é a morte. Os relógios calam. Lucia Fonseca Leia A visão da época:  http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/