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Mostrando postagens de agosto, 2015

Coração pirata

O meu coração pirata Toma tudo pela frente Mas a alma adivinha O preço que cobram da gente E fica sozinha Eu levo a vida como eu quero Estou sempre com a razão Eu jamais me desespero Sou dono do meu coração Ah! O espelho me disse Você não mudou Sou amante do sucesso Nele eu mando nunca peço Eu compro o que a infância sonhou Se errar eu não confesso Eu sei bem quem eu sou E nunca me dou Quando a paixão não dá certo (não há porque me culpar) Eu não me permito chorar (já não vai adiantar) E recomeço do zero Sem reclamar Quando a paixão não dá certo (não há porque me culpar) Eu não me permito chorar (já não vai adiantar) E recomeço do nada Sem reclamar As pessoas se convencem De que a sorte me ajudou Plantei cada semente Que o meu coração desejou Ah! O espelho me disse Você não mudou Sou amante do sucesso Nele eu mando nunca peço Eu compro o que a infância sonhou Se errar eu não confesso Eu sei bem quem eu sou E nunca me dou Quando a paixão não dá certo (não há porque me culpar) Eu

Reconvexo

Eu sou o vento que lança a areia do Saara Sobre os automóveis de Roma Eu sou a sereia que dança A destemida Iara Água e folha da Amazônia Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra Você não me pega Você nem chega a me ver Meu som te cega, careta, quem é você? Que não sentiu o suingue de Henri Salvador Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô E que não riu com a risada de Andy Warhol Que não, que não e nem disse que não Eu sou um preto norte-americano forte Com um brinco de ouro na orelha Eu sou a flor da primeira música A mais velha A mais nova espada e seu corte Sou o cheiro dos livros desesperados Sou Gitá Gogóia Seu olho me olha mas não me pode alcançar Não tenho escolha, careta, vou descartar Quem não rezou a novena de Dona Canô Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor Quem não amou a elegância sutil de Bobô Quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo  Caetano Veloso

Exagerado

Amor da minha vida Daqui até a eternidade Nossos destinos Foram traçados na maternidade Paixão cruel desenfreada Te trago mil rosas roubadas Pra desculpar minhas mentiras Minhas mancadas Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Eu nunca mais vou respirar Se você não me notar Eu posso até morrer de fome Se você não me amar E por você eu largo tudo Vou mendigar, roubar, matar Até nas coisas mais banais Prá mim é tudo ou nunca mais Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado E por você eu largo tudo Carreira, dinheiro, canudo Até nas coisas mais banais Prá mim é tudo ou nunca mais Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Jogado aos teus pés Com mil rosas roubadas Exagerado Eu adoro um amor inventado Cazuza

Escreve aí

Te falo tanta coisa Enquanto tento segurar a lágrima Que insiste em cair Entro no meu carro Abro o vidro E antes de ir embora eu te digo olha aqui Ainda vou te esquecer Escreve aí Chego em casa e dou de cara com a sua foto Uma ducha e um vinho pra acalmar E eu penso vou partir pra outra logo Mas quem é que eu tô tentando enganar Mas quem é que eu tô tentando enganar É só você fazer assim Que eu volto É que eu te amo e falo na sua cara Se tirar você de mim não sobra nada O teu sorriso me desmonta inteiro Até um simples estalar de dedos Talvez você tenha deixado eu ir Pra ter o gosto de me ver aqui Fraco demais para continuar Juntando forças para poder falar Que eu volto é só você sorrir Que eu volto é só fazer assim Chego em casa e dou de cara com a sua foto Uma ducha e um vinho pra acalmar E eu penso vou partir pra outra logo Mas quem é que eu tô tentando enganar Mas quem é que eu tô tentando enganar É só vo

Pais e filhos

Estátuas e cofres E paredes pintadas Ninguém sabe o que aconteceu Ela se jogou da janela do quinto andar Nada é fácil de entender Dorme agora É só o vento lá fora Quero colo Vou fugir de casa Posso dormir aqui Com vocês? Estou com medo tive um pesadelo Só vou voltar depois das três Meu filho vai ter Nome de santo Quero o nome mais bonito É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Me diz por que o céu é azul Me explica a grande fúria do mundo São meus filhos que tomam conta de mim Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Eu moro na rua, não tenho ninguém Eu moro em qualquer lugar Já morei em tanta casa que nem me lembro mais Eu moro com meus pais É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Sou uma gota d'água Sou um grão de areia Você me diz que seus pais não entendem Mas você não entende seus pais Você culpa seus pais por tudo Isso é absurdo

Oração Pela Família

Que nenhuma família comece em qualquer de repente Que nenhuma família termine por falta de amor Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente E que nada no mundo separe um casal sonhador! Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois Que a família comece e termine sabendo onde vai E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor E que os filhos conheçam a força que brota do amor! Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também Que marido e mulher tenham força de amar sem medida Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida Que a família celebre a partilha do abraço e do pão! Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus fil

A menina e o poeta

Virgem, menina morena, Nos cabelos uma trança No rosto um jeito criança Na voz um canto mulher Virgem, menina morena, Nos olhos toda a primavera No corpo uma longa espera Coração banhado em fé A tarde corre pra noite A lua desperta sorrindo A menina na janela Botão em flor se abrindo Nasceu o primeiro desejo Conhecer o primeiro amor Na história de um poeta A menina acreditou Na história de um poeta A menina acreditou Mas o poeta foi um dia E até hoje não voltou Ninguém sabe o caminho Que o poeta levou O vento que foi com ele Um dia por lá voltou Mas só que voltou sozinho E a menina chorou Na história do poeta A menina acreditou E dos olhos da menina Uma lágrima rolou E dos olhos da menina Uma lágrima rolou Roberto Carlos