Pesa o silêncio sobre a terra. Por extenso
caminho, passo a passo, o cortejo funéreo
se arrasta em direção ao negro cemitério...
à frente, um vulto agita a caçoula do incenso.
E o cortejo caminha. Os cantos do saltério
ouvem-se. O morto vai numa rede suspenso;
uma mulher enxuga as lágrimas ao lenço;
chora no ar o rumor de um misticismo aéreo.
Uma ave canta; o vento acorda. A ampla mortalha
da noite se ilumina ao resplendor da lua...
uma estrige soluça; a folhagem farfalha.
E enquanto paira no ar esse rumor das calmas
noites, acima dele, em silêncio, flutua
o lausperene mudo e súplice das almas.
Francisca Julia
Leia A visão da época:http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/
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