Outrora, quanta vida e amor nestas formosas
ribas! Quão verde e fresca esta planície, quando,
debatendo-se no ar, os pássaros, em bando,
o ar enchiam de sons e queixas misteriosas!
Tudo era vida e amor. As árvores copiosas
mexiam-se, de manso, ao resfolego brando
da brisa que passava em tudo derramando
o perfume sutil dos cravos e das rosas...
Mas veio o inverno; a vida e amor foram-se em breve...
o ar se encheu de rumor e de uivos desolados...
as árvores do campo, enroupadas de neve,
sob o látego atroz da invernia que corta,
são esqueletos que, de braços levantados,
vão pedindo socorro à primavera morta.
Francisca Julia
Leia A visão da época:http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/
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