Bem que podias vir adormecer na rede
ouvindo o sabiá que canta na mangueira,
e tantos bem-te-vis que ciscam pela beira
e vem no pote meu matar a sua sede.
Na rede adormecer sentindo o doce cheiro
das flores a se abrir, soltando o seu perfume,
enquanto lá no céu a lua vem, relume,
e o vento a farfalhar nas folhas do coqueiro.
Bem que podias, sim, amanhecer no rancho
no qual sozinha estou a te esperar querido,
ouvindo, do regato, o seu doce queixume.
Sem ti eu sofro só, qual passarinho implume
sem ninho, sem lugar, sentindo-se perdido
diante da extensão do céu escuro e ancho.
Edir Pina de barros
Leia A visão da época:http://carvalhoaldo.blogspot.com.br/
Comentários
Postar um comentário