A queixa escolar envolve todo o contexto
A queixa escolar é um dos principais motivos de encaminhamento de crianças e adolescentes aos consultórios de psicologia. Entretanto, ainda hoje, muitos profissionais, inclusive psicólogos, continuam atribuindo as dificuldades escolares apenas à criança e à
sua família, excluindo a escola da responsabilidade e daparticipação no processo de aprendizagem. (Neves & Almeida, 2003).
As queixas escolares são freqüentemente constituídas pelas idéias de
anormalidade, de que falta algo naquele aluno, ou baseadas em preconceitos de que certa criança não aprende porque vem de uma família muito pobre ou desestruturada, porque não se interessa pela escola, porque é desnutrida e não terá capacidade para aprender. Essas idéias produzidas historicamente tornaram-se mitos, e, o objetivo e o desafio dos profissionais que trabalham com crianças e adolescentes é rompê-los
(Machado, 2000).
A queixa escolar é apenas um aspecto de uma rede de relações sociais e,
considerar apenas a criança como centro, resulta em avaliações e posteriormente em
diagnósticos que desconsideraram o processo de produção da queixa escolar, que não
investigaram as relações e a realidade onde as dificuldades de aprendizagem ou os
desvios de comportamento se constituíram. (Machado, 1996).
Muitos pais, professores e psicólogos têm a seguinte pergunta: o que a criança
tem que produz problemas de aprendizagem ou atitudes agressivas?
(Machado, 2000, p. 144).
Algumas crianças reagem ao sentimento de impotência e ao sofrimento por ´não
saber`, brigando, batendo e mudando de assunto. Alguns professores, ao tentarem
manter a ordem, reprimem esses acontecimentos e comportamentos, sem perceber que
estão reforçando o campo que os produzem (Machado, 1996).
O objetivo não deve ser analisar o aluno do ponto de vista daquilo que ele não
conseguiu atingir cognitivamente, e sim, tentar desvelar os processos de escolarização
que produziram essa criança que tem na apatia ou na agressividade uma forma de
comunicação ou de defesa frente a práticas escolares atravessadas por preconceitos e
estereótipos em relação à criança e sua família. Deve-se buscar uma intervenção que
possibilite uma reflexão crítica desta relação estereotipada e produtora da repetência, da
exclusão e dos rótulos, evitando-se, assim, que o aluno seja culpado por seu fracasso
escolar.
Raquel Guimarães Barros Cardoso
Psicóloga
CRP 01/ 12745
A queixa escolar é um dos principais motivos de encaminhamento de crianças e adolescentes aos consultórios de psicologia. Entretanto, ainda hoje, muitos profissionais, inclusive psicólogos, continuam atribuindo as dificuldades escolares apenas à criança e à
sua família, excluindo a escola da responsabilidade e daparticipação no processo de aprendizagem. (Neves & Almeida, 2003).
As queixas escolares são freqüentemente constituídas pelas idéias de
anormalidade, de que falta algo naquele aluno, ou baseadas em preconceitos de que certa criança não aprende porque vem de uma família muito pobre ou desestruturada, porque não se interessa pela escola, porque é desnutrida e não terá capacidade para aprender. Essas idéias produzidas historicamente tornaram-se mitos, e, o objetivo e o desafio dos profissionais que trabalham com crianças e adolescentes é rompê-los
(Machado, 2000).
A queixa escolar é apenas um aspecto de uma rede de relações sociais e,
considerar apenas a criança como centro, resulta em avaliações e posteriormente em
diagnósticos que desconsideraram o processo de produção da queixa escolar, que não
investigaram as relações e a realidade onde as dificuldades de aprendizagem ou os
desvios de comportamento se constituíram. (Machado, 1996).
Muitos pais, professores e psicólogos têm a seguinte pergunta: o que a criança
tem que produz problemas de aprendizagem ou atitudes agressivas?
(Machado, 2000, p. 144).
Algumas crianças reagem ao sentimento de impotência e ao sofrimento por ´não
saber`, brigando, batendo e mudando de assunto. Alguns professores, ao tentarem
manter a ordem, reprimem esses acontecimentos e comportamentos, sem perceber que
estão reforçando o campo que os produzem (Machado, 1996).
O objetivo não deve ser analisar o aluno do ponto de vista daquilo que ele não
conseguiu atingir cognitivamente, e sim, tentar desvelar os processos de escolarização
que produziram essa criança que tem na apatia ou na agressividade uma forma de
comunicação ou de defesa frente a práticas escolares atravessadas por preconceitos e
estereótipos em relação à criança e sua família. Deve-se buscar uma intervenção que
possibilite uma reflexão crítica desta relação estereotipada e produtora da repetência, da
exclusão e dos rótulos, evitando-se, assim, que o aluno seja culpado por seu fracasso
escolar.
Raquel Guimarães Barros Cardoso
Psicóloga
CRP 01/ 12745
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